Boeing tem prejuízo de quase US$ 12 bi após ano marcado por crise

A Boeing divulgou nesta terça-feira (28) um prejuízo anual de US$ 11,8 bilhões (R$ 69,7 bilhões), o maior desde 2020, quando teve início a pandemia de Covid-19, à medida que a empresa enfrentou problemas em suas unidades comerciais e de defesa e as consequências de uma greve de trabalhadores da costa oeste dos Estados Unidos.

A perda demonstra os desafios enfrentados pelo presidente executivo Kelly Ortberg para recuperar a fabricante de aviões americana, uma vez que ela cedeu terreno para a rival Airbus no mercado e está sob a mira de reguladores e clientes após uma série de falhas.

A empresa informou uma queima de caixa trimestral de US$ 4,1 bilhões (R$ 24,1 bilhões), uma métrica observada de perto pelos investidores, ligeiramente inferior à expectativa dos analistas de uma queima de US$ 4,2 bilhões, de acordo com dados compilados pelo LSEG (London Stock Exchange Group).

Ortberg, que assumiu o comando da empresa em agosto, disse que a Boeing está progredindo no sentido de restaurar a estabilidade de suas linhas de produção, depois que uma falha no ar há um ano levantou preocupações sobre a segurança de seus jatos.

A empresa relatou um prejuízo de US$ 3,8 bilhões (R$ 21,2 bilhões) no quarto trimestre devido ao que Ortberg chamou de encargos “decepcionantes” em vários programas de defesa de preço fixo.

Ele, no entanto, acrescentou em uma carta aos funcionários nesta terça-feira que a Boeing está “agora mais proativa e com os olhos mais claros sobre os riscos” dos programas.

A receita do trimestre até dezembro caiu 31%, para US$ 15,2 bilhões (R$ 89,6 bilhões), abaixo da expectativa de analistas de US$ 16,21 bilhões, de acordo com dados da LSEG.

O prejuízo trimestral ajustado por ação foi de US$ 5,90, em comparação com as expectativas de um prejuízo de US$ 3 por ação.

A queima de caixa foi de US$ 14,3 bilhões (R$ 84,3 bilhões) em 2024, em comparação com um fluxo de caixa de US$ 4,4 bilhões em 2023.

Ortberg reiterou o plano de quatro partes da empresa para dar uma guinada nos negócios, incluindo um esforço de vários anos a fim de consertar a cultura da Boeing –”Talvez a mudança mais importante que precisamos fazer”, disse.

Depois de obter lucros recordes na década de 2010, a Boeing perdeu mais de US$ 30 bilhões (R$ 176,8 bilhões) desde 2019, depois que dois acidentes fatais de seu jato 737 MAX desencadearam preocupações com a qualidade e a segurança da produção e temores de que ela havia enganado os reguladores durante o processo de certificação do avião.

O negócio de defesa, espaço e segurança da empresa perdeu US$ 5,4 bilhões em 2024, atingido por excessos em vários programas de preço fixo.

noticia por : UOL

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