Maduro diz que revogação da licença da Chevron afeta acordo para receber deportados dos EUA

O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, disse neste sábado (8) que a revogação, por parte do governo Trump, da licença que a petrolífera americana Chevron tinha para operar no país caribenho afetou o acordo feito com Washington para repatriar migrantes deportados.

Os dois países, que romperam relações diplomáticas em 2019, haviam conseguido até o momento a repatriação de 366 venezuelanos após a reaproximação ocorrida em 31 de janeiro, quando Maduro recebeu um enviado especial de Trump, Richard Grenell, para conversar sobre deportações, prisioneiros americanos e vias de comunicação.

“Agora, temos um probleminha, porque com isso que eles fizeram, danificaram as comunicações que havíamos aberto”, disse Maduro em um evento oficial, após expressar seu desacordo com o fim da licença da Chevron, apesar de não mencionar o nome da empresa.

“Isso afetou os voos que já tínhamos programados com nossos aviões para trazer nossos irmãos migrantes e lhes dar um abraço amoroso quando chegarem à sua terra (…) Então, bom, eles criaram um ruído nesse tema”, continuou, sem entrar em detalhes.

Os voos de repatriação estavam sendo operados pela sancionada companhia aérea estatal Conviasa, que buscou, em dois aviões, um primeiro grupo de 190 venezuelanos em El Paso, Texas, e outro de 176 em Honduras, após saírem da base militar de Guantánamo.

De acordo com informações divulgadas nesta sexta-feira (7) pelo Wall Street Journal, o regime venezuelano alertou em privado o governo Trump que não aceitará mais migrantes após a revogação da licença à Chevron.

Trump afirmou que a decisão de revogar a licença foi em resposta à falta de transparência nas eleições presidenciais de julho passado, quando Maduro foi proclamado vencedor em meio a denúncias de fraude, e a quem Washington não reconhece.

A Venezuela produz pouco mais de um milhão de barris de petróleo por dia, dos quais mais de 200.000 vêm da operação da Chevron e tinham como destino os Estados Unidos. A empresa americana operava em parceria com a estatal petrolífera PDVSA em quatro projetos.

Maduro afirmou que continuará produzindo após a saída da empresa. “Não vai cair nem um litro, nem um barril de produção, pelo contrário, a produção de petróleo se mantém e continuará crescendo.”

noticia por : UOL

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