O diretor-geral da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), Sandoval de Araújo Feitosa Neto, prevê que o aumento do custo de geração, a seca e a medida provisória que ampliou a faixa de isenção de consumo para a baixa renda ampliam o risco de acionamento da bandeira tarifária vermelha no segundo semestre.
Segundo ele, atualmente, os níveis de armazenamento estão abaixo de 71%, índice menor do que os 75% registrados no mesmo período do ano passado, mas ainda considerados confortáveis.
Entretanto, Sandoval avalia que o cenário demanda vigilância constante.
“É possível que as bandeiras tarifárias se posicionem entre o patamar amarelo e o vermelho até o fim do ano, caso se confirmem as condições desfavoráveis”, afirmou durante o XP Fórum Político Setorial Energia 2025, que debateu a reforma do setor elétrico.
O tema ganha relevância no contexto da recente medida provisória assinada pelo presidente Lula, que prevê a isenção na conta de luz para famílias de baixa renda, podendo beneficiar até 60 milhões de brasileiros.
A medida prevê mais energia livre de tarifação para esse grupo no momento em que aumentam as chances de restrições no regime hídrico do país.
“Estou falando com diversos parlamentares porque quero ter a certeza que a Aneel será ouvida neste processo”, disse Sandoval.
Horário de verão
O diretor-geral da Aneel também mencionou a possível retomada do horário de verão. Ele afirmou que a decisão cabe ao governo federal, considerando não apenas critérios técnicos, mas também aspectos econômicos e políticos, especialmente ligados ao turismo e ao comércio.
Para Sandoval, trata-se de uma demanda recorrente de alguns setores e governos estaduais, mas que exige uma análise detalhada da eficácia no atual perfil de consumo energético do país, já que é uma variável importante na conta de luz dos brasileiros.
Com Stéfanie Rigamonti e Carlos Villela
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noticia por : UOL
