No dia 15 de agosto de 2019, Ibrahim foi à Delegacia da Polícia Federal no aeroporto de Guarulhos e prestou depoimento negando qualquer ligação com grupo terrorista. “Desafio o FBI a provar que sou um terrorista. Não vão encontrar nada, porque não sou. Já estava no Brasil há mais de dois anos levando uma vida como qualquer cidadão, casado e trabalhando. O meu caso é de perseguição política”, afirmou o egípcio à imprensa naquele dia, falando em árabe e com o auxílio de um tradutor. “Tenho muito medo de ser deportado ou extraditado (do Brasil), porque no meu país muitos dissidentes do governo foram torturados e mortos.”
Na ocasião, o advogado Musslim Ronaldo Vaz, que acompanhava Ibrahim, afirmou que seu cliente é empresário do ramo de móveis, mora em São Paulo desde o início de 2018 e é casado com uma brasileira. “Mohamed era do partido de oposição ao grupo que tomou o poder no Egito, durante a Primavera Árabe. Veio para o Brasil fugindo da perseguição aos opositores do atual governo. Jamais passou pelos Estados Unidos e nunca teve qualquer envolvimento com atividades terroristas. Ele só participou das questões políticas de oposição contra o atual governo do Egito”, disse o advogado.
Depois de se apresentar à Polícia Federal em São Paulo, o egípcio foi retirado da lista de procurados pelo FBI.
Agora seu nome reaparece, citado pelo delegado Moysés Santana Gomes, titular da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) do Rio, que classificou Ibrahim como uma pessoa “com relevante histórico no sistema financeiro informal vinculado ao Comando Vermelho”.
O esquema de lavagem de dinheiro pelo Comando Vermelho, que foi alvo de operação realizada nesta terça-feira pela polícia do Rio, envolvia pessoas físicas e jurídicas para dissimular a origem ilícita dos valores, promovendo o reinvestimento em fuzis, cocaína e na consolidação do poder territorial da facção em diversas comunidades.
noticia por : UOL