Há cinco anos, na tarde do domingo, dia 20 de outubro de 2019, o menino Samuel Victor da Silva Gomes Carvalho, na época com 6 anos, pediu que a avó fizesse para ele a sobremesa preferida: arroz doce. Por volta das 14h, pulou o muro da residência para brincar com outras crianças do Jardim Iguaçu, em Rondonópolis (212 km ao sul) e desapareceu.
Pouco antes de uma forte chuva que caiu na cidade, Samuel ainda foi visto brincando próximo a um mercado do bairro. O que aconteceu depois e para onde foi Samuel são perguntas que até hoje não foram respondidas não só à família, mas para todos que acompanham o drama do desaparecimento do menino.
A mãe, Anelice da Silva Gomes, 28, conseguiu que o artista plástico Hidreley Dião, por meio de inteligência artificial, recriasse a imagem que o filho teria hoje, aos 11 anos.
“Ele não mudou nada, continua o mesmo. Acredito que ele ainda está por aí. Só quero encontrar meu filho e abraçar ele de novo”, diz Anelice, que possui outros quatro filhos. Dois deles nascidos depois que Samuel desapareceu. Ana Luiza nasceu dois meses depois e recebeu o nome que Samuel havia escolhido para ela.
Nesses cinco anos, a família se viu envolvida nas buscas por ele, que foram intensas no início, mas acabaram cessando sem nenhuma resposta. Enfrentou a maldade das pessoas que, mesmo em meio ao desespero, ainda tentavam extorquir a mãe com base em notícias falsas. Foram muitas situações, até o ponto da mãe receber a foto de uma orelha cortada que, supostamente, seria do filho sequestrado.
Mas nenhuma denúncia levou a Polícia ou os familiares a uma pista concreta do paradeiro. Samuel morava com a avó materna, que tinha sua guarda desde um ano de idade. O ex-companheiro da avó, cerca de dois dias após o desaparecimento, procurou a mãe e disse que um pastor da igreja dele teve a visão de que Samuel estava morto, enrolado em um lençol branco e com sinais de cortes de faca na barriga.
Na época do sumiço, este homem já estava separado da avó de Samuel. E depois de fazer esse comentário, nunca mais foi localizado para ser ouvido, diz Anelice.
Ela lembra que a conversa foi breve e ele estava dentro de um carro, na porta da casa dela. Mas no momento que fazia o suposta revelação, a família recebia a informação de que Samuel havia sido visto próximo à ponte do rio Arareau, quando todos foram imediatamente até o local.
O drama da família começou naquela tarde do domingo, por volta das 18h, quando o menino não voltou para casa para se preparar para ir ao culto da igreja Batista, da qual participava todos os finais de semana.
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