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Roberto Zampieri foi assassinado em dezembro de 2023, em Cuiabá.
DO REPÓRTER MT
O advogado Roberto Zampieri, assassinado em dezembro de 2023, em Cuiabá, sacou R$ 8,2 milhões em espécie, entre setembro de 2019 e março de 2022, para comprar decisões judiciais de ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Segundo informações do Portal UOL, a entrega de dinheiro a funcionários do STJ e de Tribunais de Justiça era um dos métodos de Zampieri e o parceiro, lobista Andreson de Oliveira Gonçalves, para não serem descobertos.
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A investigação teve início no fim do ano passado, depois que o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) identificou mensagens no celular de Zampieri que indicavam o acesso antecipado a minutas de decisões do STJ. A partir disso, a PF passou a investigar suspeitas de que assessores dos ministros passavam informações sigilosas para o advogado e Andreson.
A Polícia Federal conseguiu extrair novos diálogos do celular de Zampieri que apontaram novas suspeitas. Em uma conversa inédita, ele diz a um interlocutor ter transportado uma “encomenda” para entregar a um chefe de gabinete de um ministro, ainda não identificado. Essa seria uma referência à entrega de dinheiro em espécie.
Em outra conversa, Zampieri diz a um interlocutor que o procura para tratar de um processo no STJ: “Vocês têm que preparar uns R$ 20 milhões pra investir lá em cima, e aí resolve. Caso contrário é perigoso”.
Boletos falsos
A investigação da Polícia Federal revelou que há suspeitas de que Zampieri e Andreson geravam boletos falsos, com objetivo de dissimular pagamentos de propina, e aliavam esse método a uma compensação financeira de cartões de crédito por meio de faturas falsas.
A PF tenta rastrear se essas operações financeiras coincidem com o pagamento de despesas pessoais por assessores do STJ que estão na mira das investigações.
Operação
Cinco pessoas foram presas durante a 7ª fase da Operação Sisamnes, deflagrada nesta quarta-feira (28), pela Polícia Federal.
Os detidos são Aníbal Manoel Laurindo, Luiz Caçadini, Antônio Gomes da Silva, Hedileverson Barbosa e Gilberto Louzada da Silva.
Segundo as investigações, Antônio Gomes da Silva foi apontado como o executor. Já Hedilerson Fialho Martins Barbosa como intermediário e dono da arma utilizada e o fazendeiro Aníbal Manoel Laurindo, apontado como o mandante.
A participação de Gilberto Louzada ainda é investigada.
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FONTE : ReporterMT