Do RepórterMT
O delegado Gustavo Godoy, da Delegacia Especializada de Repressão a Crimes Informáticos
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O delegado Gustavo Godoy, da Delegacia Especializada de Repressão a Crimes Informáticos
DAFFINY DELGADO
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O delegado Gustavo Godoy, da Delegacia Especializada de Repressão a Crimes Informáticos (DRCI), responsável pela Operação Mãos de Ferro 2, deflagrada nesta terça-feira (27) e que apreendeu um adolescente de 15 anos apontado como líder de um grupo criminoso que incitava a auto mutilação, crimes de ódio e pornografia infantil, fez um alerta para os pais.
“Adolescente e criança não têm direito de ter privacidade. O pai e a mãe muitas vezes acham que o filho ou neto está dentro do quarto por trás de um computador ou celular e está sendo inofensivo, mas não é”, disse.
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“A gente sabe que muitos crimes podem estar sendo praticados e isso fica de alerta para os pais que isso tem que ser monitorado. Criança e adolescente não pode ter privacidade”, emendou.
A operação, deflagrada simultaneamente em 12 estados do Brasil, cumpriu mais de 20 mandados de busca e apreensão e internações. As investigações, que tiveram início há um ano após um alerta do Ministério da Justiça, apontaram que as práticas criminosas ocorriam principalmente em plataformas como WhatsApp, Telegram e Discord.
Até agora, três vítimas foram identificadas, sendo todas menores. O grupo criminoso era composto também por adolescentes. O líder em questão tem 15 anos e era morador da cidade de Rondonópolis (212 km de Cuiabá). Ele já havia sido alvo da 1ª fase da operação, deflagrada em agosto de 2024, e também da Operação Discórdia, deflagrada pela Polícia Civil no último mês de abril.
Trechos de conversas, interceptados pela Polícia Civil, revelaram que o menor ameaçava de expor fotos íntimas das vítimas caso não obedecessem suas ordens. Além da auto mutilação, foi identificado que os líderes ordenavam que as vítimas bebessem água da privada e até a tortura e a matança de um gato. O ato em questão chegou a ser transmitido ao vivo por meio da plataforma Discord.
Reincidência e negligência
Conforme divulgado pela autoridade policial, o menor líder do grupo criminoso já havia sido alvo de outra operação no ano passado. Na ocasião, ele teve os aparelhos celulares apreendidos.
Na frente dos pais, ele confessou a autoria dos atos infracionais e mesmo assim, após algum tempo, ele voltou a ter acesso aos aparelhos eletrônicos, de onde cometia os crimes.
Questionado sobre possível responsabilização dos pais desse menor, o delegado Gustavo explicou que criminalmente, eles não poder responder por nenhum ato, entretanto, cabe ao Ministério Público e o Conselho Tutelar a aplicação de penalidades administrativas, inclusive, a perca da guarda do adolescente.
“A princípio não tem nenhum tipo de crime que eles podem ser responsabilizados, mas o Ministério Público e o Conselho Tutelar podem tomar providências quanto a guarda desse adolescente, apurar algum tipo de omissão, mas no aspecto administrativo e não penal”, explicou.
“Mas realmente é uma negligência, como que os pais que sabem que o filho está fazendo isso, está de posse de dois aparelhos celulares, que por sí só já é estranho, a polícia apreende os dois telefones, ele é ouvido na frente da mãe e confessa tudo que ele praticou, a mãe fica horrorizada naquele momento e passa sete a oito meses e ele volta a ter acesso ao telefone celular de novo”.
FONTE : ReporterMT