O Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) se manifestou pela pronúncia de João Vitor Barbosa Cruz ao Tribunal do Júri pelas mortes de Ysabela Raiane e Brenda Raquely Rodrigues de, respectivamente, 7 e 9 anos de idade. As duas foram atingidas pela caminhonete que o réu dirigia enquanto fugia de uma abordagem policial, em Rondonópolis (218 km de Cuiabá), no mês de julho deste ano.
Nas alegações finais, o promotor de Justiça Fernando de Almeida Bosso argumentou que, ao contrário do que alegou João Vitor Barbosa Cruz, o réu estava em alta velocidade, desrepeitou a sinalização das ruas e assumiu o risco de matar as duas irmãs, por isso, deve ir a julgamento pelo júri popular.
“No presente caso, vislumbra-se que, em que pese o réu afirmar que não tinha intenção de causar a colisão que retirou a vida das vítimas Ysabela Raiane Rodrigues dos Santos e Brenda Raquely Rodrigues dos Santos, bem como lesionou as vítimas Isabel Vanessa dos Santos, Paulo Eduardo Vidal dos Santos e Luís Eduardo Rodrigues dos Santos, insurge-se que ao desrespeitar a ordem de parada dos policiais militares, desobedecer os sinais luminosos e sonoros da guarnição, dirigir o veículo em alta velocidade e ignorar as diversas sinalizações das vias, assumiu o risco de produzir o resultado obtido”, diz trecho.
O promotor enfatizou ainda que o ímpeto egoista de João Vitor Barbosa Cruz, que tinha como único objetivo se livrar das consequências por ter furtado a caminhonete, ficou ainda mais evidente na medida em que ele deixou a própria companheira desacordada no veículo e deu seguimento à fuga. Ele só foi capturado por força de mandado judicial em Primavera do Leste.
Caso o pedido seja acolhido, o réu será levado a júri popular por dois homicídios qualificados por motivo torpe, recurso que dificultou a defesa da vítima, vítima menor de 14 anos de idade e meio que resultou em perigo comum.
O ACIDENTE
João Vitor Barbosa Cruz fugia da polícia quando invadiu a preferencial e bateu no carro em que estavam Ysabel e Brenda com a família. Devido ao impacto do acidente, o veículo capotou e ficou parado de lado em uma calçada da cidade.
De acordo com informações da Polícia Militar, o suspeito passou em alta velocidade por quatro bairros da cidade, desobedecendo as sinalizações. A perseguição começou depois de os agentes identificarem a caminhonete Amarok furtada no domingo. Ao receber ordem de parada com sirene e giroflex, no intuito de fazer a abordagem, o carro disparou em fuga.
Os policiais pediram apoio a outras viaturas para fazer o cerco policial. Na rua Santa Catarina, do bairro Jardim Adriana, a Amarok avançou a preferencial na avenida das Papoulas e bateu no Gol, deixando cinco vítimas no local, sendo duas crianças mortas.
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