A decisão da Suprema Corte confirma uma decisão de 2022. Naquele ano, Kirchner havia sido condenada por corrupção, por pagamentos superfaturados e concessão de contratos para obras públicas na província de Santa Cruz (sul) durante sua presidência.
Segundo o veredicto, o recurso foi negado devido às “abundantes provas produzidas” pelos tribunais anteriores. A ex-presidente acusa os promotores e vários juízes de parcialidade no chamado “caso Vialidad”. “[Os três juízes da Suprema Corte] são três marionetes que respondem a comandos naturais muito acima deles”, afirmou Cristina após saber da notícia, diante de apoiadores.
Cristina Kirchner é a principal opositora do governo ultraliberal de Javier Milei. O atual presidente da Argentina comemorou a decisão: “Justiça. Fim”, escreveu ele na rede social X.
A condenação alterou drasticamente o cenário político da Argentina. “Cristina hoje tem uma liderança reduzida, não é a Cristina de 2019, mas continua tendo relevância”, explicou à AFP o cientista político e historiador Sergio Berensztein. A incógnita é saber se sua prisão “pode levar a uma marginalização gradual ou à sua morte lenta como líder política”, acrescentou.
Por outro lado, o analista Rosendo Fraga crê que a prisão pode fazer Cristina crescer politicamente. Ele acredita que sua detenção ajudará a superar as divisões internas que atravessam o principal partido opositor. “Será difícil para um peronista se posicionar contra ela [caso esteja presa]”, observou Fraga.
(Com AFP)
noticia por : UOL