Proposta do grupo prevê entrega de 10 reféns vivos e 18 corpos, em troca da libertação de vários prisioneiros palestinos por Israel. Palestinos deslocados carregando sacolas com suprimentos de emergência retornam dos centros de distribuição de ajuda em Rafah
AFP
O Hamas informou neste sábado (29) que apresentou sua resposta à proposta de cessar-fogo apresentada pelos Estados Unidos.
Na contraproposta, o grupo terrorista afirmar aceitar o cessar-fogo, a libertação de 10 reféns vivos e a devolução de 18 corpos a Israel, desde que Netanyahu liberte prisioneiros palestinos.
O Hamas afirmou que sua resposta veio “após a realização de uma rodada de consultas nacionais”.
De acordo com informações da Reuters, o Hamas reiterou que negociações de cessar-fogo deveriam levar ao fim da guerra na Faixa de Gaza.
“Esta proposta visa alcançar um cessar-fogo permanente, uma retirada abrangente da Faixa de Gaza e garantir o fluxo de ajuda para nosso povo e nossas famílias na Faixa de Gaza.”
As propostas dos EUA preveem uma trégua de 60 dias e a troca de 28 dos 58 reféns ainda mantidos em Gaza por mais de 1.200 prisioneiros e detidos palestinos, além da entrada de ajuda humanitária no enclave.
Na última sexta-feira (30), Donald Trump afirmou acreditar que um acordo de cessar-fogo estava próximo, mas o Hamas ainda estava estudando as propostas de Steve Witkoff. No dia anterior, 29, a Casa Branca disse que Israel havia concordado com as propostas que condicionavam a trégua entre os dois lados.
O gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, ainda não se pronunciou sobre o tema.
Netanyahu diz que aceitou nova proposta de cessar-fogo dos EUA para a Faixa de Gaza
Bloqueio em Gaza
Enquanto autoridades mediadoras da proposta de cessar-fogo aguardavam uma resposta do Hamas, grupos humanitários informaram à Reuters que nesta última madrugada, homens armados sequestraram dezenas de caminhões de ajuda humanitária que entravam na Faixa de Gaza e centenas de palestinos se juntaram a eles para levar suprimentos.
O caso entra para o grupo de incidentes que tem evidenciado a instável situação de segurança que dificulta a entrega de ajuda a Gaza, após o afrouxamento do bloqueio israelense de semanas no início deste mês.
Em março, Israel impôs um bloqueio a todos os suprimentos que entravam no enclave como um esforço para enfraquecer o Hamas, e tem se visto sob crescente pressão de uma comunidade internacional chocada com a situação humanitária cada vez mais desesperadora criada pelo bloqueio.
A Organização das Nações Unidas (ONU) afirmou na sexta-feira (30) que a situação em Gaza é a pior desde o início da guerra, há 19 meses, com toda a população correndo o risco de fome, apesar da retomada das entregas limitadas de ajuda humanitária no início deste mês.
Israel tem permitido que um número limitado de caminhões do Programa Mundial de Alimentos e de outros grupos internacionais levem farinha para padarias em Gaza, mas as entregas têm sido prejudicadas por repetidos incidentes de saques.
Ao mesmo tempo, um sistema separado, administrado por um grupo apoiado pelos EUA, chamado Fundação Humanitária de Gaza, tem entregue refeições e pacotes de alimentos em três locais de distribuição designados.
No entanto, grupos de ajuda humanitária se recusaram a cooperar com o Fundo Mundial de Alimentos, que, segundo eles, não é neutro, e afirmam que a quantidade de ajuda permitida está muito aquém das necessidades de uma população em risco de fome..
“A ajuda que está sendo enviada agora zomba da tragédia em massa que se desenrola sob nossa supervisão”, disse Philippe Lazzarini, chefe da principal organização de ajuda humanitária da ONU para os palestinos, em uma mensagem na plataforma de mídia social X.
Negociações anteriores
Israel e Hamas estavam dialogando para chegar a um cessar-fogo, mas profundas divergências entre os dois lados frustraram tentativas anteriores de restaurar o cessar-fogo que foi rompido em março.
Israel insiste que o Hamas se desarme completamente, seja desmantelado como força militar e governante e devolva todos os 58 reféns ainda mantidos em Gaza antes de concordar em encerrar a guerra
O Hamas rejeitou a exigência de entrega de suas armas e afirma que Israel deve retirar suas tropas de Gaza e se comprometer a encerrar a guerra.
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Fonte: G1
- Mato Grosso, 2 de junho de 2025 01:26