Israel permite entrada de caminhões com ajuda humanitária na Faixa de Gaza


Anúncio feito pelas Forças de Defesa israelenses foi confirmado por chefe da ONU, que afirmou que mais ajuda deve ser enviada a Gaza nesta terça-feira (20). Caminhão transportando ajuda humanitária entrando em Gaza
REUTERS/Ronen Zvulun/Foto de arquivo
As Forças de Defesa de Israel permitiram a entrada de caminhões transportando ajuda humanitária na Faixa de Gaza, nesta segunda-feira (19).
Segundo comunicado divulgado pelo Exército israelense, cinco caminhões, com itens que incluem alimentos para bebês, entraram no território pela travessia de Kerem Shalom.
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É o primeiro comboio desde 2 de março, quando Israel anunciou que estava interrompendo o acesso de bens e suprimentos na Faixa de Gaza.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, foi forçado a concordar em permitir uma quantidade limitada de ajuda no enclave após vários líderes internacionais – inclusive seu maior aliado, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump – aumentarem a pressão diante dos relatos de fome e morte entre os palestinos que permanecem no território.
O chefe de ajuda humanitária das Nações Unidas, Tom Fletcher, confirmou a entrada de ajuda em Gaza. Disse que Israel liberou nove caminhões.
“Mas é uma gota no oceano do que é urgentemente necessário, e muito mais ajuda deve ser permitida em Gaza, a partir de amanhã de manhã. Para reduzir os saques, é preciso haver um fluxo regular de ajuda, e os agentes humanitários devem ter permissão para usar múltiplas rotas. Produtos comerciais devem complementar a resposta humanitária”, disse ele.
Nova operação terrestre também começou
Exército israelense mostra tropas em nova operação terrestre em Gaza
O Exército israelense compartilhou nesta segunda-feira (19) as primeiras imagens da nova ampla operação terrestre na Faixa de Gaza, anunciada no domingo.
Nas imagens, é possível ver soldados percorrendo escombros e tanques disparando no território palestino. (Veja no vídeo acima)
As operações ocorrem no dia seguinte ao anúncio de uma ampla operação terrestre no sul e no norte de Gaza. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, promete entrar no território palestino “com toda a força” e disse nesta segunda-feira que Israel tomará toda a Faixa de Gaza.
A ação terrestre também é acompanhada por ataques aéreos, que segundo o Exército israelense são para diminuir as capacidades de resposta do grupo terrorista Hamas contra a investida. A pasta informou que bombardeios preliminares atingiram mais de 670 alvos terroristas em toda a Faixa de Gaza na última semana, e mais 160 alvos foram alvejados desde o início da operação.
Palestinos evacuam suas casas após Exército israelense anunciar bombardeios em Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza, em 19 de maio de 2025.
REUTERS/Hatem Khaled
Os militares israelenses emitiram alertas de evacuação em amplas áreas nesta segunda-feira no sul do território, incluindo na cidade de Khan Younis. O porta-voz do Exército, Avichay Adraee, avisou que um “ataque sem precedentes” seria lançado contra estruturas terroristas do Hamas na região.
Ao mesmo tempo, os bombardeios israelenses em Gaza mataram mais de 600 pessoas desde o dia 11 de maio, entre eles mulheres e crianças, segundo o Ministério da Saúde palestino, controlado pelo Hamas. Mais de 130 morreram apenas no domingo, de acordo com a pasta. Outros 52 palestinos morreram em ataques nesta segunda-feira (19), afirmou a Defesa Civil de Gaza à agência de notícias AFP.
Investida ‘intensa’
Tanque israelense se movimenta em área próxima à fronteira do sul de Israel com a Faixa de Gaza se preparando para ofensiva terrestre em 18 de maio de 2025.
AP Photo/Ariel Schalit
Na ofensiva terrestre, até o momento as tropas israelenses eliminaram dezenas de terroristas do Hamas, desmantelaram infraestruturas do grupo tanto na superfície quanto subterrâneas, e estão posicionadas em pontos estratégicos dentro de Gaza, segundo o Exército do país.
A investida israelense ocorre em meio a uma nova rodada de negociações por um cessar-fogo na guerra e libertação de reféns, que não apresentou avanços até o momento. O conflito iniciou em 2023 após o ataque terrorista de 7 de outubro no território israelense, que deixou cerca de 1.200 mortos e 250 reféns.
Netanyahu afirmou no início do mês que a nova ofensiva contra o Hamas em Gaza “será intensa” e que, como consequência, a população palestina será deslocada novamente dentro do território.
O premiê israelense sinalizou ainda uma mudança na abordagem da guerra, em que agora as tropas israelenses ocuparão os territórios tomados, em vez de se retirar ao final de operações contra terroristas do Hamas. A nova ofensiva terrestre de “ocupação total”, aprovada pelo congresso israelense, terrestre pode colocar em prática a nova estratégia.
O plano será implementado de forma gradual e envolve a ocupação permanente do território, segundo disseram à agência de notícias Associated Press duas fontes do gabinete de ministros de Israel. Atualmente, Israel já controla aproximadamente 50% do total do território de Gaza, e de forma temporária.
“Continuaremos até quebrar a capacidade de combate do inimigo, até derrotá-lo onde quer que operemos. Não podemos voltar a 7 de outubro. Temos dois objetivos principais pela frente: o retorno dos sequestrados e a derrota do Hamas”, disse o Major-General Eyal Zamir, chefe do Exército israelense.
Fontes do Exército israelense afirmaram à agência de notícias Reuters que os palestinos serão deslocados para o sul do território. Deslocamentos forçados e em massa de pessoas, como já ocorreram diversas vezes durante a guerra, são criticados por órgãos humanitários e bilaterais, como a Cruz Vermelha e a ONU.
A nova ofensiva terrestre israelense em Gaza iniciou no mesmo dia em que o papa Leão XIV fez apelos novos por paz no mundo e mencionou o conflito em Gaza durante sua missa inaugural do papado.
”Na alegria da fé e da comunhão, não podemos esquecer nossos irmãos e irmãs que sofrem com as guerras. Em Gaza, crianças, famílias, idosos sobreviventes estão passando fome”, afirmou o pontífice, em referência à ausência de ajuda humanitária entrando no território.
Desde o início do conflito, a operação militar israelense devastou Gaza, forçando quase todos os moradores a múltiplos deslocamentos forçados e causando uma crise humanitária. Segundo autoridades de saúde de Gaza, mais de 53 mil palestinos foram mortos pelo conflito, a maioria mulheres e crianças. Levantamento independente feito pela ONU também afirma que civis estão entre a maior parte dos mortos.
Veículos militares israelenses se movimentam na fronteira com a Faixa de Gaza
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Fonte: G1

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