Justiça da Argentina anula julgamento de médicos acusados pela morte de Maradona


Julgamento estava suspenso desde semana passada, após mais de dois meses de audiências. Sete profissionais de saúde que faziam parte da equipe médica do ex-jogador eram acusados de negligência médica e estavam sendo julgados por homicídio. Fãs de Maradona erguem bandeira antes de julgamento dos acusados de pela morte do ídolo argentino, no dia 11 de março de 2025, em Buenos Aires
Agustin Marcarian/Reuters
Justiça da Argentina anulou nesta quinta-feira (29) o julgamento dos profissionais de saúde acusados pela morte do ex-jogador de futebol Diego Maradona. O tribunal declarou o processo judicial como inválido.
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O julgamento estava suspenso desde semana passada, após mais de dois meses de audiências. A suspensão ocorreu após o questionamento sobre a conduta de uma das juízas, Julieta Makintach, por supostamente ter participado de um documentário sobre o caso. Já havia a possibilidade do anulamento do julgamento quando a suspensão foi decretada. Leia mais abaixo.
Sete profissionais de saúde estavam sendo julgados pela morte de Maradona e eram acusados de negligência médica. O julgamento foi cercado de polêmicas. Os fãs do ex-jogador marcavam presença em frente ao tribunal em Buenos Aires, e nesta semana o neurocirurgião Leopoldo Luque, que era seu médico pessoal, foi agredido no rosto por um torcedor quando chegava ao tribunal.
Em outra polêmica, no primeiro dia do julgamento, um promotor do caso mostrou uma foto de Maradona minutos após sua morte. A imagem causou choque na sessão e pelo país.
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Polêmicas no julgamento
Após mais de dois meses de audiências, o promotor do caso, Patricio Ferrari, solicitou a suspensão temporária depois de questionar a conduta de uma das juízas, Julieta Makintach, por supostamente ter participado de um documentário sobre o caso.
O pedido, que pode levar até à anulação do julgamento, também tem a ver com a suposta entrada de câmeras nas audiências, já que desde o segundo dia está proibido filmar dentro do tribunal.
Assim que a audiência começou nesta terça, a juíza Makintach, que chegou ao tribunal pela porta dos fundos para evitar a imprensa, pediu a palavra. Afirmou que não acredita que haja nada na denúncia feita contra ela da qual precise “se defender”:
“Não vejo fatos, declarações, nada que eu precise explicar. Não há irregularidade, não há crime, não há má conduta. Estamos lidando com uma enorme operação midiática para me coagir e me manter fora deste debate. E, sabe de uma coisa, não vou me desculpar. Quero deixar claro que não vou recuar”.
A juíza Julieta Makintach chegando para audiência nesta terça-feira (27)
TOMAS CUESTA / AFP
Nos dias seguintes à suspensão, trechos das gravações com a juíza vieram a público. Neles, Makintach se apresenta, caminha em frente à câmera e declara: “Não me imagino fazendo outra coisa (além de ser juíza)”.
A magistrada, porém, nega que esses vídeos façam parte de um documentário. Ao falar no começo da audiência desta terça, ela afirmou que deu a entrevista para um amigo de infância e argumentou: “Aquele material era bruto; não foi divulgado”.
O advogado Fernando Burlando, que representa as filhas de Maradona, falou com a imprensa ao chegar ao local e prometeu “surpresas”. Também afirmou que pedirá o impedimento e o julgamento político de Makintach, o que pode inabilitá-la como juíza.
“Nós e a Promotoria vamos apresentar nossa opinião sobre a recusa da dra. Makintach. Vamos trazer elementos relacionados a evidências, vocês vão se surpreender”, afirmou ele.
Os juízes do caso Maradona: Veronica Di Tommaso, Maximiliano Savarino e Julieta Makintach
REUTERS/Agustin Marcarian
Em entrevista à rádio Con Vos na sexta-feira (23), Burlando já havia feito duras críticas à juíza. Disse que ela “não atuou como juíza, mas como atriz” e que Makintach sempre ia ao julgamento “muito bem vestida”.
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Os recursos contra a juíza que levaram à suspensão temporária do julgamento foram apresentados pelas defesas de dois dos sete profissionais de saúde que estão sendo julgados por homicídio com dolo eventual, acusação que implica que tinham consciência de que suas ações poderiam causar a morte do paciente.
Se fossem considerados culpados, os réus poderão ser condenados a penas de oito a 25 anos de prisão. Uma oitava enfermeira será processada em um julgamento separado. Todos alegam inocência.
Considerado um dos maiores jogadores da história, Maradona faleceu no dia 25 de novembro de 2020, aos 60 anos, devido a um edema pulmonar enquanto recebia atendimento médico em casa após uma cirurgia neurológica pela qual havia passado duas semanas antes.
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Leopoldo Luque, médico pessoal de Maradona, um dos acusados
REUTERS/Agustin Marcarian
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Fonte: G1

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