Mãe diz que filha foi torturada antes de ser morta por PM: "Eu não reconheci ela no caixão"

KARINE ARRUDA

DO REPÓRTERMT

Noemi Daniel, mãe de Gabrieli Daniel de Souza, de 31 anos, assassinada pelo esposo e policial militar Ricker Maximiano de Moraes, de 35 anos, contou em um áudio ao qual o teve acesso que a filha foi brutalmente espancada antes de ser morta pelo companheiro. Segundo Noemi, o rosto da filha estava tão deformado por conta das agressões que ela quase não a reconheceu no caixão.

“Nossa família ficou horrorizada quando ela chegou aqui e abrimos o caixão. […] A minha filha chegou deformada. Ele ainda cortou o cabelo da minha filha, ela tinha um cabelo lindo. Quando eu olhei aquela situação, eu não reconheci a minha filha”, disse.

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Em outro trecho do áudio, Noemi comenta que não entende o porque o genro fez isso com a esposa. Para ela, a crueldade foi tanta, que nenhum animal merecia passar por isso. Conforme a mãe, se o PM tivesse apenas atirado e matado a sua filha teria sido menos doloroso do que ver ela no estado em que estava.

“Minha filha estava com a cabeça toda quebrada, os braços todos cortados. Eu não sei o que ele queria fazer, não sei qual era a raiva dele. Isso não é um ser humano não, é um animal, um bicho. Fazer uma coisa dessa com uma outra pessoa que conviveu, que tem filhos, que estava morando e dormindo junto, não tem explicação”, relatou.

A irmã da vítima, Bruna Daniel, acredita que Gabrieli foi cruelmente torturada pelo PM antes de ser morta, devido aos vários hematomas em seu corpo. Para ela, além de toda a dor do assassinato da irmã e toda a covardia do cunhado, saber que ninguém pôde socorrê-la é ainda pior.

“Dói tanto você ver a sua irmã dentro de um caixão e saber que ela foi espancada, às vezes até torturada e não tinha ninguém para socorrer. A minha irmã deve ter chorado tanto, pedido por ajuda e não apareceu ninguém para ajudar ela”, contou em outro áudio ao qual o teve acesso.

Gabrieli estava terminando a faculdade de enfermagem e já havia programado a formatura para agosto desse ano. Segundo a mãe da vítima, ela estava feliz com a conclusão do curso, era uma mulher estudiosa, trabalhadora e cuidava muito bem dos filhos.

“Ele acabou com tudo. Destruiu o sonho de uma menina bonita, sonhadora e nós só queremos justiça. Se a justiça da terra falhar, eu tenho certeza que a justiça de Deus não vai falhar e ele vai pagar por tudo que ele fez, que ele seja realmente condenado pelo resto da vida”, finalizou.

A reportagem entrou em contato com a Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec), que informou que somente o laudo de necropsia vai apontar quais agressões a vítima sofreu. O prazo é de que o documento fique pronto em até 10 dias a contar da data do crime.

Assassinato

Gabrielli foi morta a tiros pelo marido no último domingo (25) no bairro Praeirinho, em Cuiabá. De acordo com o boletim de ocorrência, ela foi assassinada na frente dos filhos do casal, de 3 e 5 anos, na cozinha da casa onde eles moravam.

Após o crime, o militar fugiu levando os dois filhos. No trajeto, ele deixou as crianças na residência de seu pai no bairro Jardim Tropical. No local, ele também deixou uma arma de fogo, possivelmente usada no crime.

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Na madrugada do dia seguinte (26) ao assassinato, Ricker se apresentou na Delegacia Especializada em Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), na companhia do advogado Rodrigo Pouso. Ainda na tarde de segunda, ele passou por audiência de custódia e teve a prisão mantida.

O velório de Gabrieli ocorreu no Pará, para onde o corpo foi trasladado.

Veja vídeo:

FONTE : ReporterMT

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