“Os governos não têm que definir o que é preto, o que é branco”, opina este imigrante chinês que chegou à Espanha em 1999 e considera a lei de memória democrática uma forma de “manipulação da história”.
“As pessoas, os povos, não são animais. Eles têm seus pensamentos”, afirma em seu bar, repleto de bustos de bronze, cartazes e bandeiras em homenagem ao Caudilho, como o ditador era conhecido.

A supressão dos símbolos franquistas também provoca algumas reservas em parte dos historiadores, que defendem uma abordagem didática da memória, baseada na apresentação de explicações ao grande público, e não um processo de apagamento puro e simples.
“Esconder os traços, os vestígios de um passado negativo, não me parece a melhor forma de digerir este passado, de entendê-lo”, afirma Daniel Rico, professor de História da Arte na Universidade Autônoma de Barcelona e autor do ensaio “Quem tem medo de Francisco Franco?”.
“Retirar os monumentos como se fôssemos todos crianças, assustados ao ver um escudo de Franco, também me parece algo muito despótico”, acrescenta o professor, que alerta contra a tentação de cair em uma memória “mais emotiva e mais confessional do que racional”.
noticia por : UOL