Mortes: Artista drag, virou referência na noite paulistana

Durante mais de 14 anos, os palcos de boates de São Paulo foram tomados pela performer Hellen Marques. A artista drag e mulher trans ficou conhecida pela sua energia e virou referência na cena paulistana. Seus espetáculos eram ovacionados pelo público.

“Seu magnetismo no palco era realmente sobrenatural, um furacão de energia que foi aplaudido de pé inúmeras vezes”, diz a gestora cultural Aryane Sánchez, 42.

Sua presença se tornou marcante não só pela beleza, mas também pela sua representatividade na comunidade LGBTQIA+, principalmente para outras mulheres trans que se inspiravam em sua história.

Fora dos palcos era Hellen Teixeira Moura. Nasceu no dia 18 de maio de 1993, em Fortaleza, e cresceu em uma casa de quatro irmãos, criados “na barra da saia” da mãe, Francisca Auristênia.

Hellen sempre foi muito estudiosa e fazia muitas amizades. Ainda pequena, já mostrava talento para as artes. Gostava de dançar, principalmente as coreografias do grupo baiano É O Tchan. Vestia roupas femininas e dava shows em casa.

Aos 15 anos, montou-se pela primeira vez. Já estava consciente que era uma mulher trans e escutou da mãe que estava linda.

“Quando ela se descobriu mulher, eu a apoiei, e o meu amor só cresceu mais ainda. Naquele momento ela se reconheceu e dentro de casa ela só teve amor”, diz Francisca, 54.

A mudança para São Paulo foi aos 18 anos, onde realizou o sonho de ser artista. A carreira extrapolou as divisas paulistas e ela viajava com frequência para se apresentar em outros estados. Muitas vezes em seu Nordeste, quando aproveitava para visitar a família.

Além da vida no palco, tinha uma rotina de muitos exercícios físicos. Nas horas vagas, gostava de assistir a filmes e ouvir Anitta, sua diva. E uma das grandes paixões de sua vida foi Lya, uma cachorrinha shih tzu.

Na noite do dia 13 de abril, a drag Thalia Bombinha subiu ao palco da boate Blue Space, em São Paulo, e comunicou a morte de Hellen, ocorrida naquele mesmo dia, aos 31 anos.

Aplausos tomaram conta do espaço, e o show da noite foi realizado em sua memória. Em Fortaleza, uma missa para homenageá-la foi realizada no dia 27 de abril.

Deixa a mãe, Francisca Auristênia, e seus três irmãos, Carla Alessandra, Maria Vitória e Alfredo.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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noticia por : UOL

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