“Um objetivo fundamental é a necessidade de estruturas de justiça reparatória baseadas na legislação internacional de direitos humanos”, defendeu. Segundo ele, isso deve ser desenvolvido com a participação inclusiva e significativa das comunidades afetadas. Tal resposta deve “reconhecer os terríveis danos e injustiças causados e suas contínuas manifestações e ramificações”. “E que repare os erros do passado”, alertou.
A União Africana anunciou 2025 como o “Ano da Justiça para Africanos e Povos de Ascendência Africana por meio de Reparações”. O bloco irá adotar iniciativas para “abordar as injustiças históricas, incluindo o comércio transatlântico de escravos, o colonialismo, o apartheid e o genocídio”. “Ela se baseia em décadas de defesa e colaboração, com o objetivo de promover a unidade e estabelecer mecanismos para a justiça reparatória em escala global”, afirmou o continente.
A ideia de reparação, porém, é contestada por diversos governos europeus, que preferem ações pontuais.
O governo holandês, por exemplo, descartou a possibilidade de reparações e, em vez disso, criou um fundo de 200 milhões de euros para beneficiar descendentes de pessoas escravizadas e outros grupos, além de promover iniciativas sociais na Holanda, no Caribe holandês e no Suriname.
Já a França, que reconheceu oficialmente a escravidão transatlântica como um crime contra a humanidade, prefere usar o termo “reconciliação. Em 2023, a mais alta corte da França no ano passado rejeitou um pedido de reparação a ser pago aos descendentes dos escravizados em um caso originado na ilha caribenha da Martinica.
Anielle ainda usou sua fala para defender que a luta antirracista precisa ser compreendida no contexto das grandes agendas globais. São elas:
Justiça climática – “No Brasil, são comunidades negras, quilombolas e periféricas que mais sofrem com os efeitos da degradação ambiental. Na COP 30, que será realizada em Belém do Pará em 2025, apresentaremos ao mundo experiências de resistência, de transição ecológica justa e de protagonismo negro, quilombola e indígena na preservação dos biomas e das águas”, disse.
noticia por : UOL