A perícia indicou que Dario estava morto há pelo menos seis meses, mas a causa ainda não foi determinada. O delegado Felipe Santoro afirmou que a análise do esqueleto é mais complexa e pode não permitir conclusões definitivas. “Não conseguimos identificar ainda se foi uma morte natural ou provocada pelos próprios filhos”, disse ele à Record TV.
A filha dormia no mesmo quarto em que estava o cadáver. Segundo a polícia, Tânia Conceição Marchese D’Otavio dividia o cômodo com o corpo em decomposição. Havia comida recente ao lado da cama onde ela dormia. O irmão, Marcelo, ocupava outro quarto da casa. “Com a configuração dos cômodos, conseguimos identificar que a filha dormia ao lado do corpo”, disse o delegado.
O ambiente foi preparado para ocultar a presença do corpo. Frestas da porta e das janelas foram lacradas com panos e plásticos. A polícia acredita que a estratégia tinha como objetivo impedir que o odor característico chamasse a atenção de vizinhos.
A principal linha de investigação é de motivação financeira. Segundo os agentes, eletrodomésticos novos foram encontrados na casa e os irmãos não exerciam atividade profissional. A polícia apura se houve uso indevido de cartões do pai para compras, saques e empréstimos.
A Polícia Civil entrou em contato com bancos e financeiras para rastrear as transações. Segundo os investigadores, os irmãos podem ter utilizado os rendimentos do idoso por vários meses. “Eles não exerciam atividade remunerada e encontramos equipamentos com aspecto de novos. Acreditamos que se mantinham com os rendimentos que o idoso tinha a receber”, afirmou Santoro.
Os irmãos foram levados a uma clínica psiquiátrica sob escolta policial. A Polícia Civil informou que ambos apresentaram sinais de transtornos psicológicos. O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro informou que, até a publicação desta reportagem, os nomes solicitados ainda não constavam da pauta de audiência de custódia de hoje (22). A defesa dos irmãos não foi localizada.
noticia por : UOL