Quadrilha responsável por desmatamento no estado foi alvo da Polícia Federal, na Operação Retomada II, nesta quarta-feira (6). Organização criminosa é acusada de invadir terras da União em Mato Grosso e no Pará. Estimativa da polícia é que tenham sido “grilados” cerca de 22 mil hectares direcionados à pecuária.
Foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão nos estados do Pará e Mato Grosso, em face de engenheiros, empresários e servidores públicos. Duas empresas de regularização fundiária também foram alvo, bem como o escritório de uma advogada que teria acesso privilegiado a autuações e embargos realizados por uma autarquia ambiental federal.
Durante as investigações foi identificado que empresas, por meio de seus sócios e funcionários, teriam fraudado cadastros de áreas públicas da União através da inserção de dados falsos em sistemas e alteração de documentos. Os funcionários das empresas atuavam, ainda, no planejamento e acompanhamento em tempo real do desmatamento.
A advogada mencionada também é investigada por negociar o pagamento de propina a servidores públicos estaduais que teriam flagrado o desmatamento ilegal.
A Justiça Federal também decretou o sequestro de aproximadamente R$ 116 milhões, 9 imóveis, além do afastamento das funções dos servidores públicos e da advogada.
Ainda no ano de 2023, no mês de agosto, a Polícia Federal deflagrou a primeira fase da Operação Retomada. Oportunidade na qual foram cumpridos 3 mandados de busca e apreensão nos municípios de Novo Progresso/PA e Sinop (500 km ao norte de Cuiabá), sequestro de veículos, cerca de 20 imóveis, sendo 11 fazendas, bem como a indisponibilidade de 10 mil cabeças de gado.