Qual é o país mais feliz do mundo? Conheça

Pelo oitavo ano consecutivo, a Finlândia foi eleita o país mais feliz do mundo, de acordo com o ranking produzido anualmente pela World Happiness Report (Relatório Mundial da Felicidade) e divulgado pela Organização das Nações Unidas (ONU).

Localizada na região nórdica, a Finlândia tem uma população de cerca de 5.5 milhões de habitantes e se destaca pela baixa desigualdade no país. Além desse fator, a disponibilidade universal – com excelência – de serviços públicos de saúde, educação e de apoio social também influencia para o país ser o mais feliz do mundo.

“A desigualdade de bem-estar é baixa na Finlândia, e nossos dados sugerem uma necessidade correspondentemente menor de caridade privada. Uma preferência por políticas sociais universais em vez de direcionadas”, aponta o relatório.

Como é viver no país mais feliz do mundo?

A Gazeta do Povo conversou com brasileiros que vivem na Finlândia, que destacaram como é o estilo de vida no país e as principais diferenças do cotidiano comparado ao Brasil.

Morando na Finlândia há mais de cinco anos, o caxiense Johan Peter Kilpp, de 36 anos, não considera a possibilidade de voltar a morar em seu país natal. Para ele, a vida no país nórdico é muito segura.

“Eu nunca vi uma notícia de assalto a mão armada. Você não vê essas coisas que no Brasil é cotidiano. Todo dia acontece”, disse.

Para Johan, além da criminalidade, a maior diferença entre a Finlândia e o Brasil é o clima.

“Metade do ano é um clima frio e fica bem escuro, principalmente no norte. Eu moro perto de Helsinki, mais ao sul, então não fica tão escuro. Mas ainda assim, o sol nasce às 10h e se põe por volta das 15h. É um pouco depressivo, principalmente se não tiver neve”, completa.

Várias bandeiras da Finlândia, considerado o país mais feliz do mundo, lado a lado.A Finlândia lidera o ranking de “países mais felizes do mundo”, especialmente por sua qualidade de vida. (Foto: Foto: Joakim Honkasalo | Unsplash)

Ele explica que quando neva, mesmo no frio, as pessoas fazem esportes na neve, o que faz com que as baixas temperaturas não deixem o cotidiano tão “depressivo”.

Ano passado, em Ylivieska, uma cidade no noroeste da Finlândia, os termômetros chegaram a marcar -37º no segundo dia do ano.

Sobre os serviços públicos de saúde e transporte, Patricia Masalin, de 47 anos, que é natural de Vitória da Conquista, Bahia, mas mora no país nórdico há mais de 25 anos, afirma que “tudo funciona com excelência”.

“Vou no dentista do governo ou no médico e sempre sou bem atendida. Quando eu não tinha carro e tinha filho pequeno, eu andava de ônibus de graça pois tinha o carrinho com o bebê. Era super fácil, ônibus ou trem”.

Sobre a educação no país, Patricia diz que “funciona muito bem em todas áreas, é grátis e excelente. Vejo que não tem quase nível nenhum de analfabeto”.

Para ela, diferentemente do Brasil, “o sistema político funciona”.

Países nórdicos lideram o ranking de felicidade

As nações nórdicas ganham destaque no estudo da World Hapiness Report. Afinal, Dinamarca se encontra na segunda posição, Islândia, na terceira, acompanhada da campeã Finlândia no pódio dos países mais felizes de 2024.

Esse grupo de países, incluindo Suécia (quarta posição) e Noruega (sétima posição), se destacam inclusive no quesito de “devolução de carteiras perdidas“, considerado pela instituição um forte indicador para medir a felicidade de uma população.

As pessoas estão muito pessimistas quanto à bondade de suas comunidades. A taxa de retorno de carteiras perdidas é muito maior do que as pessoas esperam, especialmente nos países nórdicos, que apresentam as maiores taxas de retorno de carteiras, tanto esperadas quanto reais“.

Se os países nórdicos estão 100% presentes na liderança do ranking, as principais potencias mundiais, como Estados Unidos, China, Inglaterra, Alemanha, pela primeira vez, ficaram de fora do top 20. Confira a lista:

  • 1. Finlândia
  • 2. Dinamarca
  • 3. Islândia
  • 4. Suécia
  • 5. Países Baixos
  • 6. Costa Rica
  • 7. Noruega
  • 8. Israel
  • 9. Luxemburgo
  • 10. México
  • 11. Austrália
  • 12. Nova Zelândia
  • 13. Suíça
  • 14. Bélgica
  • 15. Irlanda
  • 16. Lituânia
  • 17. Áustria
  • 18. Canadá
  • 19. Eslovênia
  • 20. República Tcheca

O top 20 é composto, majoritariamente, por países europeus, tendo também um único representante da América Latina, o México. Destaque para Israel, que desde 7 de outubro de 2023 enfrenta uma guerra, iniciada pelo grupo terrorista Hamas. Nenhum país africano integra a lista.

O outro lado da moeda

Apesar dos índices, o sistema que oferece tanto conforto na Dinamarca também cobra seu preço. Em artigo produzido para a FEE (Foundation for Economic Education), Alyssa Serebrenik, que mora a pouco tempo no país, aponta que “[…] à medida que o tempo passava, comecei a notar rachaduras. Elas nem sempre eram visíveis de imediato — surgiam como padrões em conversas, relatos de amigos estrangeiros ou um desconforto silencioso em certas situações.

Ela ainda completa: “Em 2018, o governo dinamarquês introduziu a Ghettoplanen — traduzida como “Leis do Gueto” —, posteriormente rebatizada como Leis da Sociedade Paralela (Parallelsamfundsloven). Essas medidas se destinam a bairros em que mais da metade da população é de origem considerada “não ocidental […]””

Assim, ela diz que “Se um bairro atende a critérios suficientes — baixa renda, alto desemprego e uma maioria “não ocidental” — o Estado pode intervir.” E isso significa: inserir a educação pré-escolar obrigatória a partir de um ano, penas criminais mais severas nessas zonas, demolição de moradia e restrições de quem pode mudar de local.

Qual a posição do Brasil no ranking dos países mais felizes do mundo?

Ocupando a 36ª posição, o Brasil apresentou uma melhora no índice de felicidade em relação ao estudo do ano passado, subindo oito posições. Comparado aos vizinhos da América do Sul, os brasileiros só não são mais felizes que os uruguaios.

A pior colocação no Brasil no ranking produzido pela World Hapiness Report foi em 2022, quando o país ficou em 49ª colocação.

Especialistas afirmam que a baixa colocação há três anos atrás se deve ao isolamento social em razão da pandemia do COVID-19. O estudo comprova que a felicidade não está ligado à riqueza, entretanto, países mais ricos e com maior qualidade de vida tem destaque.

noticia por : Gazeta do Povo

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