DRA MARIANA RAMOS
O Dia Internacional da Mulher (8 de março) é uma data de celebração, mas também um momento de reflexão sobre a saúde e o bem-estar das mulheres ao longo da vida. Entre os desafios enfrentados, as oscilações hormonais desempenham um papel fundamental na qualidade de vida, especialmente durante o climatério e a menopausa. Nesse contexto, a terapia de reposição hormonal (TRH) surge como uma ferramenta valiosa para aliviar sintomas e promover um envelhecimento saudável.
Ao longo da vida, a mulher passa por diversas fases marcadas por mudanças hormonais significativas, desde a puberdade até a menopausa. A queda dos níveis de estrogênio e progesterona no climatério pode gerar sintomas como ondas de calor, insônia, irritabilidade, fadiga, depressão, diminuição da libido, ressecamento vaginal e alterações na pele e nos cabelos. Além do impacto físico e emocional, a menopausa também está associada a aumento do risco de osteoporose, doenças cardiovasculares e perda de massa muscular.
A reposição hormonal tem sido amplamente estudada como uma forma de minimizar esses efeitos, proporcionando bem-estar e prevenindo complicações de longo prazo. No entanto, sua indicação deve ser feita de forma individualizada, considerando o histórico de saúde de cada mulher.
A TRH consiste na administração de hormônios – estrogênio isolado ou em associação com progesterona – com o objetivo de restaurar os níveis hormonais e aliviar os sintomas da menopausa. Existem diferentes formas de reposição, incluindo comprimidos, adesivos, géis e cremes, permitindo a personalização do tratamento conforme as necessidades e preferências da paciente.
Além da reposição hormonal clássica, algumas mulheres podem se beneficiar de terapias alternativas como fitoterápicos e mudanças no estilo de vida, que incluem alimentação equilibrada, prática regular de exercícios físicos e controle do estresse.
Benefícios da TRH
– Alívio dos sintomas vasomotores (ondas de calor e suores noturnos).
– Melhora a qualidade do sono e o bem-estar emocional.
– Preservação da saúde óssea, reduzindo o risco de osteoporose.
– Proteção cardiovascular em mulheres sem contraindicações.
– Manutenção da saúde da pele e mucosas, ajudando na lubrificação vaginal e na elasticidade da pele.
Apesar das vantagens, a reposição hormonal deve ser indicada com cautela. Existem contraindicações, como histórico de câncer de mama, trombose, doenças hepáticas graves e certas condições cardiovasculares. Por isso, a decisão sobre a TRH deve ser baseada em uma avaliação criteriosa feita pelo endocrinologista, levando em conta fatores como idade, tempo desde a menopausa e riscos individuais.
Muitas mulheres ainda têm receios sobre a reposição hormonal devido a informações desencontradas ou a estudos antigos que apontavam riscos elevados, especialmente para doenças cardiovasculares e câncer. No entanto, pesquisas mais recentes mostram que, quando prescrita corretamente, a TRH tem um perfil seguro e pode trazer mais benefícios do que riscos para grande parte das mulheres.
O acompanhamento médico regular é essencial para monitorar a resposta ao tratamento e ajustar a abordagem conforme necessário. Além disso, exames periódicos ajudam a garantir a segurança da reposição e a avaliar outros aspectos da saúde da mulher nessa fase da vida.
Por ocasião do Dia Internacional da Mulher, reforçamos a importância do autocuidado e do acesso à informação de qualidade. O envelhecimento saudável deve ser uma prioridade, e a reposição hormonal, quando bem indicada, pode ser uma grande aliada na manutenção do bem-estar e da qualidade de vida.
Cada mulher é única e merece uma abordagem individualizada para cuidar da sua saúde hormonal. Consultar um endocrinologista para esclarecer dúvidas e avaliar as opções disponíveis é o primeiro passo para um futuro mais saudável e equilibrado
Dra. Mariana Ramos é médica endocrinologista na Fetal Care.
FONTE : ReporterMT
