Sauna paulistana implora por injeção de árvores em todas as calçadas

Mas o comprometimento é sério no pequeno país asiático. Em 1967, foram criados os enormes viveiros de onde saem as árvores crescidas para as ruas de Singapura. Não colocam mudinhas nas calçadas prontas a serem pisoteadas como é comum em São Paulo. Elas só saem depois de dois anos nos viveiros, que ocupam o equivalente a 20 campos de futebol. Tal técnica é usada em cidades mais secas ou altas, como na Cidade do México.

A partir de 1980, as superquadras da Cohab local, o HDB, tiveram que ser mais e mais arborizadas por lei. Hoje em dia, hospitais, escolas, prédios de escritórios e residenciais precisam alcançar uma cota de verde mínima em terraços, cobertura, jardins verticais e praças anexas aos empreendimentos. Vários prefeitos pelo mundo têm copiado as campanhas de Lee. De Paris a Dhaka, de Atenas a Freetown, na Serra Leoa, prefeitos têm descoberto a importância de mobilizar a sociedade.

No desânimo paulistano de sempre, campanhas publicitárias espalham faixas no Centro para falar que a avenida Santo Amaro está pronta. Ou comemorando mais asfalto pelas ruas. É o dinheiro do marketing do retrovisor. Que fala do que já foi feito, com números a esmo, sem olhar para o que precisa ser feito à frente.

Cidades realmente inteligentes estão ficando mais verdes. Nova York transformou os piers de seu antigo porto em parques lineares. A Cidade do México transformou a outrora árida avenida Chapultepec em um bulevar. Buenos Aires ampliou a reserva ecológica no árido Puerto Madero. Seul transformou seu maior lixão em parque, além de recuperar as margens do rio Han. Madrid enterrou as marginais e fez do rio Manzanares um parque linear.

Singapura tem 4 milhões de árvores urbanas (seis vezes mais do que São Paulo) e não tem problemas com a queda. As árvores são substituídas antes de cair, as mais velhas recebem atenção especial e todas têm sua saúde monitorada por técnicos em campo, inteligência artificial e uso de drones para detectar patologia nas copas.

Existe o fundo “Cidade Jardim”, que recebe doações de grandes empresas e cidadãos para aumentar em um milhão o número de árvores de Singapura até 2030. Somando parques e vias públicas, chegarão em 2028 a 8 milhões de árvores para um território de 734 km² e 6 milhões de habitantes. São Paulo tem quase 12 milhões em 1500 km². Mas apenas 650 mil árvores urbanas.

noticia por : UOL

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