No dia 2 de junho, a agente de viagens e influenciadora Taís Bruna Castro almoçava perto de seu local de trabalho, na praça de alimentação do complexo comercial Beco Fino, em Jundiaí. Taís estava sozinha, talvez pensando em algum livro que estava lendo, quando foi atacada de surpresa por uma facada.
A essa facada, seguiram-se outras. Os golpes foram desferidos pelo auxiliar de limpeza Cláudio Elizeu, que alegou matar Taís porque ela não correspondia ao seu amor, nem as suas tentativas de aproximação. Não havia amor a ser correspondido: ele e Taís nunca tiveram nenhum tipo de relacionamento.
Taís ainda pode ser vista nas redes sociais, onde exibe um sorriso largo, os olhos castanhos por trás dos óculos de grau. Era uma grande leitora. Especialmente de livros românticos, como “O dilema da noiva”, “Enrolada em você, “A adorável loja de chocolates em Paris” e tantos outros que exibia no seu perfil “Leitora Fashion”.
Basta olhar sua página, em tons pastéis, para ver que era uma mulher doce. Ou meiga, adjetivo que seu irmão Tiago usa para descrevê-la. Meiga e generosa. Além de compartilhar suas leituras, Taís era mediadora do Clube de Leitura Lendo e Papeando, onde falava de suas autoras preferidas, como Brittainy Cherry e Abby Jimenez. E dava força para as amigas que também queriam divulgar livros, fazendo inclusive o design de suas postagens.
Tudo isso acontecia nas horas vagas. Durante o dia, trabalhava como agente de viagens. E viajava nos sonhos dos seus clientes. Assim como eles, queria ir para as praias do Nordeste. Enquanto não ia, visitava as de São Paulo. Quase todo ano, na companhia dos pais, fincava seus pés nas areias de Mongaguá, levando sempre um livro –é assim, lendo na orla, que aparece nas fotos.
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Pelo menos realizou o sonho de ir para a Disney. Em 2008, visitou o Magic Kingdom, onde assistiu ao show de fogos em frente do castelo da Cinderela. Gostou tanto da experiência que passou a fazer planos para voltar no futuro.
Adorava datas comemorativas. Não esquecia um aniversário. Era uma entusiasta do Natal. Gostava dos biscoitos natalinos que a mãe assava. Juntas, caprichavam na árvore. Taís enfeitava suas estantes com luzinhas. E fazia posts temáticos para seus livros, quebrando as cores pasteis da sua página com o dourado, verde e vermelho dessa data.
Curtia a família. Especialmente quando todos se reuniam, nas noites de inverno, para comer fondue. Atenciosa, costumava soltar frases como: pai, já foi fazer o exame? E cuidava muito bem do seu companheiro de oito anos, um yorkshire chamado Hulk.
Era tímida mas, depois que se soltava um pouco, não tinha quem não gostasse dela. Seu irmão, alguns anos mais velho, lembra com carinho da convivência na infância. Moravam em uma chácara e Taís, pequena, andava atrás dele para cima e para baixo, como um “chaveirinho”, palavra que Tiago diz ter tudo a ver com ela, com seu perfil afetuoso de quem sempre estava perto.
Alguns dias depois de sua morte, suas amigas lançaram o movimento #JustiçaporTais. E sua mãe postou uma foto de seu rosto, lindo e sorridente. Na legenda: Filha amada, muita saudade! Jesus precisava ter você para ler para os anjos.
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noticia por : UOL