Após intensificar deportações em massa, o governo de Donald Trump indicou uma mudança de rota. O Serviço de Imigração e Alfândega (ICE) recebeu, por email interno, uma orientação para suspender grande parte das operações nos setores de agricultura, hotelaria e restaurantes. A decisão, revelada pelo jornal americano New York Times, ocorre em meio à pressão de empresários e protestos no país.
A diretriz, assinada por Tatum King, funcionário do ICE, determina que parte das operações em fazendas, frigoríficos, hotéis e restaurantes sejam suspensas a partir de agora — com exceção de casos envolvendo crimes como tráfico humano, lavagem de dinheiro ou tráfico de drogas. A orientação proíbe ainda a prisão de imigrantes em situação irregular, mas sem antecedentes penais.
A mudança ocorre dias após Trump reconhecer, publicamente, que sua política migratória estava afetando setores essenciais, ao afastar bons trabalhadores. “Esses empregos são quase impossíveis de substituir”, escreveu em rede social, após ouvir relatos de produtores rurais e empresários do setor de lazer e turismo.
Apesar do recuo, a situação ainda é incerta, e a medida não proíbe operações em outros setores, como a de uma fábrica têxtil em Los Angeles que gerou protestos.
Nas últimas semanas, o vice-chefe de gabinete da Casa Branca, Stephen Miller, realizou pressões por ao menos 3 mil prisões diárias. O número chegou a ultrapassar 2 mil nos últimos dias. As ações envolveram fábricas, comércios e restaurantes em diversas regiões dos EUA.
Internamente, a nova orientação causou surpresa. Agentes do ICE ouvidos pelo New York Times disseram que ainda não receberam instruções claras sobre como proceder e avaliam que a medida pode limitar significativamente o número de ações.
noticia por : UOL