A Alemanha e a Ucrânia pretendem desenvolver conjuntamente a produção industrial de mísseis de longo alcance, afirma o primeiro-ministro alemão, Friedrich Merz, nesta quarta-feira (28).
O anúncio foi feito durante uma visita do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
“Queremos viabilizar armas de longo alcance e também a produção conjunta. Não falaremos sobre os detalhes publicamente, mas intensificaremos a cooperação”, disse ele em uma entrevista coletiva conjunta.
Volodymyr Zelensky em discurso por videoconferência
UKRAINIAN PRESIDENTIAL PRESS SERVICE
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, propôs nesta quarta-feira (28) uma reunião trilateral com seus homólogos dos Estados Unidos, Donald Trump, e da Rússia, Vladimir Putin, para acabar com a guerra que começou com a invasão russa ao território ucraniano em 2022.
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Putin rejeitou no início do mês a proposta de uma reunião com Zelensky na Turquia. O Kremlin afirmou que um encontro entre os dois governantes só aconteceria após algum tipo de “acordo” ser alcançado.
“Se Putin não se sente confortável com uma reunião bilateral, ou se todos preferem uma reunião trilateral, não me incomoda. Estou preparado para qualquer formato”, declarou Zelensky à imprensa nesta terça-feira (27).
Nesta quarta-feira (28), o ucraniano está em Berlim, onde se encontrará com o novo chefe de Governo da Alemanha, Friedrich Merz.
O chanceler alemão é um grande apoiador de Kiev e estimulou o gasto em Defesa do país para criar “o Exército convencional mais forte” da Europa, o que o chefe da diplomacia russa, Sergey Lavrov, classificou como planos “muito preocupantes”.
A Ucrânia lançou quase 300 drones contra a Rússia durante a noite desta terça, segundo o Ministério da Defesa de Moscou, que informou que suas forças interceptaram os aparelhos.
Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, encontra-se com o presidente dos EUA, Donald Trump, no funeral do Papa Francisco na Basílica de São Pedro, no Vaticano.
SERVIÇO DE IMPRENSA PRESIDENCIAL DA UCRANIA / AFP
Trump frustrado com as negociações
O presidente americano, Donald Trump, que vem tentando liderar as negociações para acabar com a guerra desde que assumiu seu mandato, vem expressando sua frustração com Putin e Zelensky por ainda não terem alcançado um acordo para um cessar-fogo.
Durante a campanha eleitoral, o magnata republicano prometeu acabar com o conflito em 24 horas, mas os bombardeios ainda não cessaram.
Ao falar com a imprensa nesta terça, o presidente ucraniano também disse que esperava “sanções dos Estados Unidos”, em particular contra “o setor energético e o sistema bancário” russo, em resposta à recusa de Moscou em aceitar uma trégua.
“Trump confirmou que, se a Rússia não parar, sanções serão impostas. Conversamos com ele sobre dois aspectos principais: a energia e o sistema bancário. Os Estados Unidos poderão impor sanções aos dois setores? Eu gostaria muito”, declarou Zelensky.
No fim de semana, Trump escreveu em sua plataforma Truth Social que sempre teve boas relações com Putin, “mas algo aconteceu com ele. Ele ficou completamente louco”.
Desde que o conflito começou, em fevereiro de 2022, dezenas de milhares de pessoas morreram, muitas zonas do leste e do sul da Ucrânia foram destruídas e o Exército de Moscou controla atualmente quase 20% do território ucraniano, incluindo a península da Crimeia, que a Rússia anexou em 2014.
O Kremlin mencionou na semana passada um “memorando” no qual apresentaria as condições de Moscou para um acordo de paz duradouro, mas Kiev ainda não o recebeu, segundo Zelensky.
“Vamos ler as propostas e certamente responderemos quando as recebermos”, disse.
A diplomacia russa anunciou que transmitiria o documento a Kiev após a conclusão da grande troca de prisioneiros do fim de semana.
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Fonte: G1
