Líder chinês afirmou durante sessão legislativa que a política de contenção feita pelos norte-americanos e aliados provocou desafios sem precedentes para o desenvolvimento do seu pais
O presidente chinês, Xi Jinping, condenou na noite de segunda-feira, 6, durante a sessão legislativa anual em Pequim, a ‘repressão’ ocidental contra a China, estimulada na sua opinião pelos Estados Unidos, e pediu ao setor privado mais inovações para que o país seja menos dependente do exterior. “Os fatores incertos e imprevisíveis aumentaram consideravelmente para a China. Países ocidentais liderados pelos Estados Unidos iniciaram uma política de contenção, cerco e repressão contra a China, que provocou severos desafios, sem precedentes, para o desenvolvimento do nosso país”, declarou o presidente de 69 anos, que deve obter um terceiro mandato durante a sessão parlamentar anual. China e Estados Unidos travam uma batalha acirrada pela fabricação de semicondutores, componentes eletrônicos indispensáveis para o funcionamento dos smartphones, veículos conectados ou equipamentos militares. As ambições de Pequim para desenvolver tecnologia de ponta esbarram nas restrições crescentes de Washington e seus aliados, levando as empresas chinesas a redobrar os esforços para prescindir de importações cruciais.
As relações entre os países ficaram ainda mais tensas em fevereiro, quando o governo dos Estados Unidos derrubou um balão chinês que, afirmou, era usado para espionagem, o que a China nega. O incidente levou o secretário de Estado americano, Antony Blinken, a adiar uma visita diplomática a Pequim, onde pretendia abordar uma série de temas importantes. O ministro chinês das Relações Exteriores, Qin Gang, lamentou o estado atual das relações China-EUA. O chanceler defendeu que as relações entre as duas potências deveriam ser baseadas no “interesse comum e amizade, e não na política interna americana e esta espécie de neomacartismo histérico”, em referência à caça às bruxas contra o comunismo da década de 1950 nos Estados Unidos.