O Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso (CRM-MT) decidiu, nessa terça-feira (08), suspender o registro profissional do médico Fernando Veríssimo de Carvalho, condenado a 31 anos e 4 meses de prisão por ter matado a namorada Beatriz Nuala Soares Milano, que estava grávida. A decisão foi fundamentada pelo “receio de dano irreparável ou de difícil reparação ao prestígio e bom conceito da profissão médica”, conforme consta em nota emitida pelo CRM.
Beatriz foi morta no dia 23 de novembro de 2018 na residência do casal, no bairro Vila Aurora, em Rondonópolis (218 km de Cuiabá). Ela estava grávida de quatro meses. Após uma discussão, a vítima foi agredida por Fernando, sofreu vários ferimentos na cabeça e morreu de traumatismo craniano.
O médico foi condenado por homicídio qualificado e aborto sem consentimento. Inicialmente, ele havia recebido uma pena de 41 anos e 8 meses de prisão, mas após recurso apresentado pela defesa, o Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) reduziu a pena em 10 anos e 4 meses.
Fernando está preso na penitenciária da Mata Grande, em Rondonópolis, e havia recebido autorização para atuar na área de medicina, junto à Companhia de Desenvolvimento de Rondonópolis (CODER), no bairro Vila São José. No entanto, em agosto deste ano, teve a autorização de trabalho externo revogada por ter realizado mais de 30 saídas sem autorização, além de outras faltas graves.
Diante da gravidade do crime, a interdição cautelar total do exercício profissional de Fernando Veríssimo foi aprovada por unanimidade pelos conselheiros do CRM-MT. A medida foi baseada no artigo 30 do Código de Processo Ético-Profissional e passa a valer imediatamente após o Conselho Federal de Medicina confirmar a decisão do conselho local.
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