ANIVERSARIANTE DO DIA|: Rondonópolis se agiganta nos seus 70 anos

Rondonópolis é uma cidade dinâmica e promissora. Ela possui cachoeiras incríveis, temperatura elevada, gente hospitaleira, receptiva e alegre; tem intenso vaivém de pessoas pelas ruas movimentadas e trânsito congestionado em horários de pico; imperdível é o churrasquinho saboreado nas esquinas, bem como infalível é o churrasco e a cervejinha gelada do dia de domingo; também, nos finais de tarde não faltam o tererê ou o chimarrão.

Cidade que se moderniza a olhos vistos, com a construção de condomínios, casas, hotéis, edifícios residenciais e comerciais – alguns em seus sessenta andares, chegarão quase a atingir as nuvens.

Cidade que acolheu migrantes procedentes de os mais diferentes rincões – como paulistas, goianos, mineiros, mato-grossenses, sulistas, nordestinos, nortistas e estrangeiros – que compõe a força de trabalho local; heróis anônimos responsáveis pelo crescimento e notoriedade de nosso município.

Enfim, cidade que me acolheu nos idos de 1980 e onde florescem os ninhos e caminhos do singelo desabrochar de meus três netos – hoje, frutos de nossa quarta geração em Rondonópolis!

Viva Rondonópolis, no pleno vigor e força de seus 70 anos de emancipação político-administrativa.

CARACTERÍSTICAS DO POVOAMENTO

Há 70 anos, em 10 dezembro de 1953, acontecia a emancipação político-administrativa de Rondonópolis, data cívica relevante, uma vez que a partir daí o antigo distrito ganhava foro de cidade independente.

A emancipação adveio da Lei estadual 666, de 1953, que lhe outorgou a alcunha de município; inicialmente (em 1920), fora distrito de Santo Antônio do Leverger e, a partir de 1938, passou à condição de distrito de Poxoréu, que na época era um recém-criado município.

Ou seja, diferente de todos municípios mato-grossenses, o povoamento não aconteceu de um processo linear, contínuo e homogêneo, mas foi marcado por rupturas, heranças do passado e germes do futuro.

Conclui-se assim que, antes de romper os laços com Poxoréu em 1953, havia todo um “caminhão de história” que ficou vagando pelos caminhos empoeirados das estradas improvisadas e que deixou o vilarejo de Rondonópolis quase que esquecido, assim como seus povoadores e a data de sua fundação.

Que tal a gente parar um pouco para reparar, recuperar e estudar como se deu o processo de povoamento e de urbanização de Rondonópolis? O que se passou antes da data de emancipação em 1953? Então, senta que lá vem a história!

A partir das margens do Rio Vermelho, Rondonópolis consolidou a sua identidade e prosperou (Foto – César Augusto)

Nos primeiros anos do século XX, às margens do rio Vermelho formou-se uma pequena vila chamada Povoação do Rio Vermelho. Esta teve o seu povoamento iniciado a partir de 1902 quando os familiares de José Rodrigues dos Santos, vindos de Palmeira de Goiás, resolveram se estabelecer e fazer daqui o sonhado eldorado.

Na época, outras famílias de goianos migraram para o local, seguidas por cuiabanos e por famílias de outras regiões do estado, que também vieram para habitar a Povoação do Rio Vermelho.

As expedições da Comissão Construtora das Linhas Telegráficas chegaram (1907/1909) sob o comando do então primeiro tenente Cândido Rondon, que determinavam o traçado da linha telegráfica para interligar o estado de Mato Grosso e Amazonas ao resto do país – fruto dessa investida, em 1922 é inaugurado o posto telegráfico, às margens do rio Pogubo (rio Vermelho).

O lugar foi renomeado e passou a ser chamado de Rondonópolis a partir de 1918, resultado de homenagem do deputado e Tenente Otávio Pitaluga ao General Cândido Mariano da Silva Rondon, que passa a receber as honras de patrono do pequeno povoado, permanecendo até hoje.

No ano de 1915, residia no povoado cerca de setenta famílias. Elas viviam com certa organização econômica, social e política e também tinham preocupação com as primeiras letras.

Neste mesmo ano, Joaquim da Costa Marques, presidente de estado do Mato Grosso, promulga o Decreto Lei n.º 395 que estabelecia uma reserva de dois mil hectares para o “rocio da povoação do rio Vermelho”.

 

Esse decreto marca oficialmente a existência do povoado (a futura cidade de Rondonópolis), cuja data de fundação (10 de agosto de 1915) foi regulamentada pela Lei Municipal 2.777 de 22 de outubro de 1997 – esse dado precisa ser conhecido pelos moradores e a data de fundação comemorada pelo município.

Em 1920, Rondonópolis transforma-se em distrito de Santo Antônio do Leverger e comarca de Cuiabá e passa a ter os cargos de juiz de paz, de escrivão e de delegado.

No entanto, quando se previa que Rondonópolis fosse impulsionar, dar saltos significativos em sua história, seguiu-se um período de retrocesso: um despovoamento da região, nas décadas de 1920 e de 1930 – o vazio demográfico decorreu de desentendimentos, enchentes, doenças e a corrida para a busca de diamante nos garimpos de Poxoréu. Só depois de 1947, Rondonópolis retomou a direção de crescimento demográfico e de progresso.

CRESCER SEM PARAR

Horizonte de Rondonópolis, 70 anos depois, cada vez mais povoado de prédios (Foto – Divulgação)

A partir de 1947, inicia-se o processo de retomada de crescimento do distrito de Rondonópolis à medida que este é inserido no contexto capitalista de produção como fronteira agrícola mato-grossense, resultado da política do sistema de colônias implantado pelo governador Arnaldo Estevão de Figueiredo.

Nas décadas de 1950 e 1960, o crescimento econômico de Rondonópolis vem através do campo, enquanto produtor de alimentos e extensão do capital paulista. Nesse período destaca-se a força da mão-de-obra de migrantes mato-grossenses, nordestinos, paulistas, mineiros, japoneses e libaneses.

Na década de 1970, o município assiste ao crescente processo de expansão capitalista, e Rondonópolis desenvolve o mais rápido processo de modernização do campo que se teve notícia no Centro-Oeste, incrementando as atividades da soja, da pecuária e do comércio. Aqui a migração sulista é o destaque.

Em 1980, Rondonópolis passa a ser polo econômico da região e é classificado como segundo município do estado em importância econômica e urbana. Já na década de 1990, Rondonópolis projeta-se como “A Capital Nacional do Agronegócio”, ao mesmo tempo em que cresce o setor agroindustrial – decorrem daí o sucesso das feiras e agroshows.

Hoje, Rondonópolis é apontada como o grande polo de desenvolvimento do Centro-Oeste, atendendo à demanda de consumo de 22 municípios e tem uma população aproximada de 250 mil habitantes.

É uma cidade conhecida por suas terras férteis e localização privilegiada, no entroncamento das Rodovias BR 163 e BR 364 (entroncamento de mão-única), que liga as regiões Norte/ Sul do país, vias de escoamento da produção agrícola. Rondonópolis é o portal da Amazônia e a entrada para o pantanal mato-grossense.

A posição geográfica estratégica tem contribuído para o crescimento econômico de Rondonópolis e oferece um leque de oportunidades aos investidores que buscam expandir e diversificar seus negócios: no agronegócio, a partir da cultura de soja, algodão e produtos primários em geral; na pecuária de corte e leiteira, destaca-se um dos rebanhos de melhor qualidade genética do país, com excelentes índices de produtividade.

Oferece oportunidades no setor de unidades esmagadoras de soja; na produção de óleo, de fertilizantes, polo químico, têxtil e do couro; no comércio de maquinários, utilitários, motocicletas e comércio em geral; no transporte (Rondonópolis é considerada o maior polo graneleiro e a “Capital Nacional do Bitrem”).

O comércio é integrado por quase 20.000 estabelecimentos, incluindo grandes redes de supermercado e lojas de departamento, além de um shopping center. Outra fonte de recursos econômicos é o turismo, além do ecoturismo; todavia, o setor de serviços aparece com grande destaque na economia.

Em 2013, com a inauguração do Complexo Intermodal da Ferronorte (hoje Rumo ALL) se percebe no município o início de processo de impacto em termos de incremento de receita pública e da circulação de renda dos trabalhadores diretamente alocados no terminal.

Esses fatores, em conjunto, alavancam cada vez mais as projeções de fortalecimento da economia rondonopolitana, cujas exportações, de janeiro a novembro de 2023, atingiram a marca de 2,7 bilhões de dólares, atingindo o patamar de maior exportador de Mato Grosso e o 16º do Brasil. Com certeza, o futuro é o limite!

LUCI LÉA LOPES MARTINS TESORO-ESPECIAL PARA ATRIBUNAMT.

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